Tambores ecoam contra a intolerância

O Teatro Castro Alves (TCA) foi palco na noite desta segunda-feira, 21, da primeira comemoração do Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa reunindo representantes de várias correntes religiosas, mas que serviu principalmente como um desagravo aos adeptos do candomblé. Integrantes das várias nações do candomblé fizeram uma cerimônia de toque de tambores rituais, de canto e de dança antes que a mesa fosse composta por autoridades. O evento foi organizado pela vereadora Olívia Santana, autora da lei que criou a data em nível municipal e do deputado federal Daniel Almeida, autor da Lei 11.635 que ratifica a data e que foi sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A capital baiana foi a primeira cidade brasileira a ter um dia dedicado ao tema. A data foi escolhida em homenagem à memória de Mãe Gilda, yalorixá do Terreiro Abassá de Ogum, que morreu há oito anos depois de ter sua imagem depreciada no jornal Folha Universal, da Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd). A família entrou com uma ação judicial de reparação conquistando vitória em primeira instância, determinando publicação da sentença no jornal da igreja, pagamento de indenização por danos morais e abertura de processo criminal contra a Universal, que recorreu da decisão. Em 2005, o Tribunal de Justiça confirmou a condenação.

O deputado Daniel Almeida disse que o caso de Mãe Gilda deflagrou a iniciativa em dar visibilidade a este tipo de problema. Após este caso, recebeu denúncias de outros semelhantes e a criação da data permite buscar iniciativas para resolver coletivamente este problema. Informou ainda que eventos semelhantes estavam sendo realizados naquele momento no Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo e em Brasília.

FONTE: Jornal A Tarde em 21/01/2008

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