Umbandistas acusam fiéis da Universal de vandalismo no Rio

Depois de encontrar o Centro Espírita de Umbanda Caminhos de Oxum invadido e depredado na madrugada de terça-feira, o proprietário, Bruno Pereira, 27 anos, registrou queixa na 52ª DP (Nova Iguaçu). Ele e a polícia suspeitam que a depredação tenha sido feita por frequentadores de um templo da Igreja Universal do Reino de Deus localizado a poucos metros do centro umbandista.

Bruno afirma que, há cerca de um mês, três seguidores da Universal quebraram as oferendas que ele havia colocado numa esquina próxima e o xingaram. Em seguida refugiaram-se na igreja.

"Na ocasião, fui conversar com o bispo responsável pela igreja. Ele pediu para não registrar ocorrência e me garantiu que isso não iria mais acontecer. Eu confiei nas palavras dele", explicou.

Uma equipe do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) fez uma inspeção no templo, e a delegacia investiga o caso. "A polícia já tem indícios", revelou o delegado titular da 52ª DP, Julio Cesar, que acompanhou o trabalho da equipe do ICCE.

Fitas gravadas

Os investigadores solicitaram aique a unidade da Igreja Universal apresente as fitas de seu circuito de câmera, reforçando a suspeita sobre os evangélicos. Segundo os policiais, é possível acompanhar nitidamente até a movimentação da Via Light, a cerca de 500 m do prédio.

Procurada pelo Jornal do Brasil por volta das 19h desta quinta-feira, a assessoria de imprensa da Igreja Universal do Reino de Deus já havia encerrado o seu expediente.

De acordo com a Comissão de Combate à Intolerância Religiosa, ataques como esse estariam se tornando recorrentes, principalmente na Baixada Fluminense. Para levar as investigações a diante, o umbandista Bruno Pereira passará a ser assessorado pela coordenadoria jurídica de atendimento às vítimas de intolerância.
"É fundamental que as vítimas denunciem e registrem queixa na polícia. Aqui na Baixada, é muito comum este tipo de agressão, mas as pessoas ainda têm medo de denunciar. Que esse caso sirva de exemplo para que ninguém mais fique calado diante de tamanha violência", afirmou o babalawo Ivanir dos Santos, porta-voz da CCIR.

O pároco Padre Gegê, da paróquia de Higienópolis, levou uma carta de apoio assinada pelo Fórum Dom Helder de Macroecumenismo da Igreja Católica. Já o muçulmano Salah Al-Din Ahmmad Mohammad, da Sociedade Beneficente do Desenvolvimento Islâmico, fez questão de ressaltar que atitudes como essa são uma aberração aos três livros sagrados.
"A Torá, o Alcorão e a Bíblia garantem a todo ser humano o direito ao livre arbítrio. Cometer um ato como esse é atentar contra os mandamentos de Deus", disse.

FONTE: JB Online em 27/11/2009

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