Terreiros de candomblé discutem intolerância religiosa em Sergipe

Iniciativas para o combate ao preconceito religioso no estado de Sergipe foram discutidas na manhã desta quarta-feira, dia 16, no auditório da OAB, durante a audiência pública realizada pela Secretaria de Estado dos Direitos Humanos, junto ao Centro de Tradição Afro-Brasileira - CETRAB/S.


A conquista da Lei 7.054/2010, que estabelece a data de 21 de Janeiro como o Dia Estadual de Combate à Intolerância Religiosa, de autoria da deputada Ana Lúcia Vieira (PT), deve fortalecer a mobilização local contra práticas preconceituosas e de intolerância.

Durante a audiência pública, o Fórum Sergipano das Religiões de Matriz Africana divulgou uma carta propondo uma agenda ao Governo de Sergipe para os três próximos anos.

Nela o grupo de entidades coloca em pauta a necessidade do mapeamento dos Terreiros de Sergipe, da implementação da Lei 10.639/2003, da construção do Espaço Sagrado para utilização nas cerimônias da Religião de Matriz Africana, a criação do Programa Estadual de Construção, Reforma e Obras para os terreiros de Candomblé e Centros de Umbanda de Sergipe, a criação de um programa de inclusão social através de cursos profissionalizantes como fonte de geração de emprego e renda para as comunidades de terreiro, entre outros tópicos.

DIA DE MOBILIZAÇÃO

Para divulgar melhor a lei que institui o Dia Estadual de Combate à Intolerância Religiosa, assessores do mandato da deputada Ana Lúcia que acompanharam a audiência pública distribuíram cópias da lei publicada no Diário Oficial de Sergipe no dia 16 de dezembro de 2010. A data de 21 de Janeiro coincide com o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa porque foi nesta data que a Iyalorixá Gilda, do terreiro Axé Abassá de Ogum, em Salvador, morreu de enfarte após ver sua foto publicada no jornal de uma igreja evangélica, acompanhada de texto depreciativo. A mãe de santo já estava fragilizada porque semanas antes o terreiro havia sido invadido por evangélicos.

A Igreja Universal do Reino de Deus, responsável pela publicação da Folha Universal, foi condenada a indenizar a família da Iyalorixá.

E o dia de seu falecimento ficou marcado como data de luta e mobilização contra a intolerância religiosa.

FONTE: Imprensa 1 em 17/11/2011

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