Intolerância religiosa: a nova praga do politicamente correto

Por Renan Alves da Cruz
O mundo de agora, novo e ultraconectado, conta com informações em demasia, num contexto em que o marxismo cultural superabundou.

Num mundo que não estivesse tomado de assalto pelo politicamente correto, ser tolerante com outras religiões seria o equivalente a considerar que qualquer pessoa possui o direito de exercer sua prática religiosa sem sofrer perseguições e coações.

Este mundo, entretanto, só existe agora nas rememorações nostálgicas.

O mundo de agora, novo e ultraconectado, conta com informações em demasia, num contexto em que o marxismo cultural superabundou. As universidades e redações jornalísticas foram dominadas. O resultado disso, por óbvio, é o dimensionamento do fluxo de informação com viés progressista.

Ou seja, vitimismo, inversão de valores e a praga do politicamente correto.

Não por acaso, o grande vilão a ser enfrentado é o cristianismo. Sua perenidade os incomoda, pois querem valores supérfluos e relativos. Sua contundência inabalável suscita furores que até lhes incandescem os olhos.

A salubridade ética do verdadeiro cristianismo os põe em polvorosa, na medida em que, treinados a destruírem tradições e padrões, não conseguem transpassar o Supremo escudo que, a despeito de qualquer oposição, prevalece.

Este enfrentamento gera distorções morais e analíticas que saltam aos olhos. Um exemplo claro é a questão da citada intolerância religiosa, que, como já disse em artigo anterior, é sempre uma maneira empolada de criticar o cristianismo.

O contorcionismo retórico é desavergonhado: Se um muçulmano explodir dezenas de cristãos num atentado contra os “infiéis”, gritando Allahu Akbar, a mídia usará o fato para atacar a intolerância religiosa dos cristãos(!!!), por usarem este “fato isolado” para espalhar a mentira de que o islamismo é violento!

São dias tão tumultuados que já não basta mais aceitar a existência livre e desimpedida de uma religião diferente. Os totalitários só o considerarão tolerante se você professar que qualquer outra religião é tão correta quanto à sua!

Parece insano, e é. Coisa de gente que foi pouco (ou muito) psicanalisada e se ausentou da esfera racional, ademais, é assim que as coisas estão funcionando nos círculos intelectuais. Há uma completa ausência de sentido lógico nas exigências da nova polícia do pensamento.

O contrassenso é cabal. Por que eu seguiria determinada religião, se outra, ou todas elas, fossem igualmente corretas?

Mas não precisa fazer sentido. O politicamente correto raramente faz.

Tolerância, para esta gente, virou sinônimo de concordância. Não basta dizer que você não persegue ou objeta a existência de religiões de matriz africana: eles querem que você diga que elas são tão certas quanto a sua.

Experimente falar o oposto:

Intolerante! Fascista! Nazista!

E farão montagens com sua fotografia, lhe adornando com o bigodinho de Hitler.

Portanto, se quiser fazer sucesso com o pessoalzinho cool, se dobre a esta agenda. Se disser que somente o cristianismo está correto, se tornará um proscrito.

Se disser que Jesus é o único caminho, você está fora.

Será um fundamentalista. Um intolerante religioso.



Renan Alves da Cruz é historiador, professor de Escola Bíblica Dominical e colunista de política e cultura do portal Voltemos à Direita.

FONTE: Gospel Prime em 07/02/2017

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