Filhos-de-santo do candomblé fazem ocorrência contra pastor que destruiu um despacho

A polícia ainda vem tendo dúvidas na hora de interpretar os casos de intolerância religiosa. No dia 13 de janeiro passado, depois de receber dois filhos-de-santo de um terreiro de candomblé, que foram prestar queixa contra um pastor evangélico, um inspetor analisou o caso pelo artigo 208 (ultraje a culto e impedimento ou perturbação de ato a ele relativo).

Nesta segunda-feira, o delegado Henrique Pessoal, diretor do Cinpol e responsável pelos casos, determinou que o registro fosse refeito e enquadrado na Lei Caó de Intolerância Religiosa.

Pastor repreende

Cosme Luis Castro da Silva e Hudson Ribeiro de Araújo, membros do terreiro Ilê Axé Arco Íris e Flexa do Ewa, colocavam uma oferenda na Estrada de Paciência, quando teriam sido repreendidos pelo pastor evangélico Romildo Nunes da Silva.

- Ele nos desrespeitou. Deixou que a gente colocasse o despacho e logo em seguida jogou as bebidas fora e virou o que havíamos feito no chão - contou Cosme.
A ida à delegacia parecia ser o fim da confusão, mas acabou gerando dúvidas. Segundo o delegado Henrique Pessoa, com a aplicação da Lei Caó, o artigo 208 já deveria ter sido revogado.

O pastor negou as acusações e disse que apenas estava limpando a área, como costuma sempre fazer.

- Eles colocam galinha morta, ovo podre. Nós respeitamos e apenas limpamos a área pelo bem dos moradores do local - disse o pastor Romildo.

FONTE: Jornal Extra em 19/01/2009

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