Salvador celebra 1º Dia de Combate à Intolerância Religiosa
O primeiro Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa (21/01) foi celebrado, em Salvador, com um encontro que contou com a participação representantes de mais de dez religiões diferentes. Promovido pelo deputado federal Daniel Almeida e pela vereadora Olívia Santana, ambos do PCdoB, o evento, que aconteceu no teatro Castro Alves, reuniu centenas de pessoas numa reafirmação da cultura do respeito à diversidade religiosa. Além de líderes religiosos, também participaram do encontro diversos líderes políticos e representantes dos poderes legislativo, executivo e judiciário, entre eles o governador Jacques Wagner.
O projeto de lei que criou a data foi sancionado pelo presidente Lula no último dia 27/12, depois de passar pelas casas do legislativo sem sofrer nenhuma alteração. Para o seu autor, o deputado federal Daniel Almeida, a celebração do primeiro Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa inaugura um movimento mais amplo, que terá repercussão em outras áreas de ação do Estado, como a educação. Satisfeito com o grande número de pessoas que ocupava o foyer do teatro Castro Alves antes do início do evento, Almeida afirmou que “é natural que a Bahia realize o ato mais expressivo e mais representativo num dia como esse”.
O deputado se referiu à inspiração para a criação do projeto do dia nacional, baseado numa lei semelhante, de âmbito municipal, criada em 2003 pela vereadora soteropolitana Olívia Santana. A data foi escolhida em homenagem à memória de Mãe Gilda, yalorixá do Terreiro Abassá de Ogum, em Salvador, que morreu no ano 2000, depois de ter a sua imagem depreciada pelo Jornal Folha Universal. Para Olívia, o fato de dois comunistas terem conseguido desenvolver e aprovar uma lei nacional que se remete à memória de uma yalorixá por si só já é um passo para a superação das práticas de intolerância. Ao falar de ações como a que vitimou Mãe Gilda, a vereadora destacou que “é preciso que, cada vez mais, tenhamos a possibilidade de garantir que a razão prevaleça sobre a insanidade”.
Ato
Para o ato de celebração, foi composta uma mesa, no palco do teatro, com representantes de religiões de diferentes matrizes, como o candomblé, o budismo, o catolicismo, o islamismo e o rastafarianismo, entre outras. Além de líderes políticos e representantes dos poderes públicos. Apesar das diferenças de abordagem, e até mesmo dos diferentes sotaques, o público pôde perceber que um desejo unia os discursos: o estabelecimento de uma coexistência pacífica entre as religiões. Um dos momentos de destaque foi protagonizado por Valdina Makota Pinto, a representante das nações do candomblé conquistou aplausos calorosos da platéia ao manifestar a sua visão particular sobre um dos termos usados para definir as manifestações contrárias a algumas religiões. “Apesar de estarmos em uma celebração, peço licença para fazer uma crítica em relação à ‘tolerância’, eu não quero me tolerem, quero que me respeitem”, ressaltou.
Homenagem
Fechando a série de discursos, o governador Jacques Wagner destacou a sua vontade de participar do evento. “Por mais que o tempo e a agenda de um governador sejam apertados eu fiz questão de estar aqui hoje”, afirmou. Wagner também não deixou de ressaltar a importância particular que este dia cívico tem para a Bahia e o papel do estado na luta contra a intolerância. “Não conheço nenhum outro lugar no mundo onde pessoas de todas as raças, religiões e culturas se sintam tão á vontade, a Bahia tem muito que ensinar por ser a terra da harmonia e da convivência”, afirmou.
Antes das duas apresentações musicais que marcaram o fim do evento, Mãe Jaciara, filha de Mãe Gilda, recebeu das mãos de Daniel Almeida e Olívia Santana uma placa que homenageou a memória de sua mãe e destacou a contribuição por ela dada à luta pela tolerância religiosa. Muito emocionada, a atual yalorixá do Terreiro Abassá de Ogum afirmou que aquela placa não pertencia apenas à sua família e a sim a todos os filhos de santo da Bahia, por compartilharem com ela da sua luta.
FONTE: Portal Vermelho em 22/01/2008
O projeto de lei que criou a data foi sancionado pelo presidente Lula no último dia 27/12, depois de passar pelas casas do legislativo sem sofrer nenhuma alteração. Para o seu autor, o deputado federal Daniel Almeida, a celebração do primeiro Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa inaugura um movimento mais amplo, que terá repercussão em outras áreas de ação do Estado, como a educação. Satisfeito com o grande número de pessoas que ocupava o foyer do teatro Castro Alves antes do início do evento, Almeida afirmou que “é natural que a Bahia realize o ato mais expressivo e mais representativo num dia como esse”.
O deputado se referiu à inspiração para a criação do projeto do dia nacional, baseado numa lei semelhante, de âmbito municipal, criada em 2003 pela vereadora soteropolitana Olívia Santana. A data foi escolhida em homenagem à memória de Mãe Gilda, yalorixá do Terreiro Abassá de Ogum, em Salvador, que morreu no ano 2000, depois de ter a sua imagem depreciada pelo Jornal Folha Universal. Para Olívia, o fato de dois comunistas terem conseguido desenvolver e aprovar uma lei nacional que se remete à memória de uma yalorixá por si só já é um passo para a superação das práticas de intolerância. Ao falar de ações como a que vitimou Mãe Gilda, a vereadora destacou que “é preciso que, cada vez mais, tenhamos a possibilidade de garantir que a razão prevaleça sobre a insanidade”.
Ato
Para o ato de celebração, foi composta uma mesa, no palco do teatro, com representantes de religiões de diferentes matrizes, como o candomblé, o budismo, o catolicismo, o islamismo e o rastafarianismo, entre outras. Além de líderes políticos e representantes dos poderes públicos. Apesar das diferenças de abordagem, e até mesmo dos diferentes sotaques, o público pôde perceber que um desejo unia os discursos: o estabelecimento de uma coexistência pacífica entre as religiões. Um dos momentos de destaque foi protagonizado por Valdina Makota Pinto, a representante das nações do candomblé conquistou aplausos calorosos da platéia ao manifestar a sua visão particular sobre um dos termos usados para definir as manifestações contrárias a algumas religiões. “Apesar de estarmos em uma celebração, peço licença para fazer uma crítica em relação à ‘tolerância’, eu não quero me tolerem, quero que me respeitem”, ressaltou.
Homenagem
Fechando a série de discursos, o governador Jacques Wagner destacou a sua vontade de participar do evento. “Por mais que o tempo e a agenda de um governador sejam apertados eu fiz questão de estar aqui hoje”, afirmou. Wagner também não deixou de ressaltar a importância particular que este dia cívico tem para a Bahia e o papel do estado na luta contra a intolerância. “Não conheço nenhum outro lugar no mundo onde pessoas de todas as raças, religiões e culturas se sintam tão á vontade, a Bahia tem muito que ensinar por ser a terra da harmonia e da convivência”, afirmou.
Antes das duas apresentações musicais que marcaram o fim do evento, Mãe Jaciara, filha de Mãe Gilda, recebeu das mãos de Daniel Almeida e Olívia Santana uma placa que homenageou a memória de sua mãe e destacou a contribuição por ela dada à luta pela tolerância religiosa. Muito emocionada, a atual yalorixá do Terreiro Abassá de Ogum afirmou que aquela placa não pertencia apenas à sua família e a sim a todos os filhos de santo da Bahia, por compartilharem com ela da sua luta.
FONTE: Portal Vermelho em 22/01/2008
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