Minas quer fim da intolerância religiosa e do racismo na infância


Religiosos de matriz africanas (Umbanda, Candomblé, Cabula), evangélicos e representantes do Governo de Minas se uniram para combater a intolerância religiosa. Ontem, eles participaram do lançamento das campanhas Contra a Intolerância Religiosa e Por uma Infância sem Racismo, iniciativas da Coordenadoria Especial de Políticas Pró-Igualdade Racial (Cepir). O encontro foi realizado na Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese), em Belo Horizonte.
Com indumentária característica de sua religião, o Candomblé Angola, a Mameto Oiássimbelecy (mãe de santo), Rita de Cássia Pio Vieira, ressaltou, durante o encontro, que o preconceito contra os religiosos de matriz africanas é constante.
Precisamos conversar e divulgar a nossa religião para as pessoas. Até mesmo dentro dos lares de matriz africana existe preconceito, pois alguns são católicos ou de religiões pentecostais. Por isso é preciso ter diálogo para promover o esclarecimento e união, acabando com a intolerância religiosa e também com o racismo, pois eles andam juntos. O respeito tem que ser ao próximo e deve ser mútuo", destacou Rita.
Para o pastor Evanézio Fidêncio, que também participou do encontro, a discussão entre governo e representantes das religiões é o primeiro passo para diminuir a intolerância religiosa. "Acredito que ainda temos um grande caminho a ser trilhado, pois ainda vivemos em um País no qual o preconceito atinge muitas pessoas e religiões. Só desse assunto estar em pauta já é um avanço. É possível, mas temos que caminhar muito para que possamos, no futuro, ter convivência pacífica e harmoniosa entre todas as religiões".
Responsável pela Coordenadoria Especial de Políticas Pró-Igualdade Racial, Cléver Machado destacou que a liberdade religiosa é direito previsto na Constituição Brasileira, e que muitas vezes esse direito não é respeitado.
"Vivemos em Minas Gerais um problema sério, apontado pelos religiosos de matriz africana que têm sido as maiores vítimas de agressões físicas, verbais e até mesmo de quebradeira dentro dos templos. A campanha vem exatamente para coibir essas ações".
CAMPANHAS - A Campanha por uma Infância sem Racismo foi lançada em 2009, pela Unicef, como forma de alertar a sociedade sobre os impactos do racismo na infância e adolescência e a necessidade de mobilização social que assegure o respeito e a igualdade étnico-racial desde a infância. Baseada na ideia de ação em rede, a campanha convida pessoas, organizações e governos a garantirem os direitos de cada criança e de cada adolescente no Brasil.
Já a Campanha Contra a Intolerância Religiosa busca promover diálogo entre poder público, sociedade civil organizada e lideranças religiosas para convivência harmônica entre todas as religiões.
Nas duas iniciativas, o Governo de Minas vai trabalhar a conscientização das pessoas, por meio de distribuição e afixação de cartazes, distribuição de folders e cartilhas em locais públicos e privados.
A Sedese tem o desafio de buscar políticas para promover a igualdade de direitos e de oportunidades para todas as pessoas e, por isso, traz para a Cidade Administrativa esse olhar diferente e eu fico muito feliz", destacou a subsecretária de Direitos Humanos, Carmen Rocha.
O presidente do Conselho da igualdade Racial, Ronaldo Antônio, pediu a criação de mecanismos para punir as pessoas que não respeitam as religiões de matriz africanas. 
FONTEAssociação do Ministério Público de Minas Gerais em 11/05/2012

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