Mãe Gilda vai ser homenageada com busto pela Fundação Gregório de Matos



O presidente da Fundação Gregório de Mattos (FGM), órgão ligado à Secretaria Municipal do Desenvolvimento, Turismo e Cultura (Sedes), e responsável pela gestão da Cultura na capital, Fernando Guerreiro, assinará, na terça-feira (21/01), às 9h, junto com o presidente da Fundação Cultural Palmares, Hilton Cobra, o protocolo de intenções para instalação de um busto em homenagem à yalorixá Gildásia dos Santos, conhecida como Mãe Gilda.

A homenagem foi idealizada pela filha biológica de Mãe Gilda, a yalorixá Jaciara dos Santos. Segundo ela, a peça pretende marcar a história de vida da sua mãe e não deixar que a manifestação de intolerância religiosa que resultou no seu falecimento seja esquecida. Mãe Jaciara deseja que o busto “seja um marco da luta contra a intolerância religiosa”.

A assinatura do documento acontecerá no Salão Nobre da Reitoria da Universidade Federal da Bahia, no Canela, durante a realização do Ato Cultural de Celebração do dia 21 de Janeiro - Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa. O evento, promovido pela União de Negros pela Igualdade (Unegro), marca a passagem dos dez anos de vigência da Lei 6.464/04, de autoria da então vereadora Olívia Santana (PCdoB), que criou o Dia Municipal de Combate à Intolerância Religiosa em Salvador.

Histórico Mãe Gilda, como era conhecida a yalorixá Gildásia dos Santos, morreu no ano 2000, vítima de uma série de complicações que sofreu após ter sido atacada pelo jornal Folha Universal, da Igreja Universal do Reino de Deus, no ano de 1999. O jornal estampou na capa uma foto da yalorixá com uma tarja preta sobre o seu rosto e com o título: “Macumbeiros e charlatões lesam a vida e bolso de clientes”.

Após o ocorrido, a família da vítima, com o apoio do movimento negro, encampou uma luta jurídica em busca de punição para os culpados, obtendo êxitos e enfrentando alguns revezes, como a redução do valor inicialmente fixado para a indenização. O caso se tornou um emblema da luta contra a intolerância religiosa no País.

O Dia Municipal de Combate à Intolerância Religiosa, instituído no ano de 2004, por iniciativa da então vereadora Olívia Santana (PCdoB), serviu de inspiração para a Lei 11.635/07, de autoria do deputado federal Daniel Almeida (PCdoB-BA). Após sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o 21 de Janeiro passou a ser o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa e a data foi inclusa no Calendário Cívico da União para efeitos de comemoração oficial.

FONTE: Tribuna da Bahia em 18/01/2014 


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